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Budismo, meditação e cultura de paz | Lama Padma Samten

O equilíbrio da energia e a reconstrução positiva no mundo

Ensinamentos oferecidos por Lama Padma Samten na UNISAL (SP) em abril de 2006
“A nossa reconstrução começa com a determinação interna de escolher uma direção positiva.
Nós queremos a felicidade, queremos nos afastar do sofrimento, e, para isso, escolhemos uma direção positiva para andarmos. Esta reconstrução positiva tem por base os ensinamentos de S.S. Dalai Lama como Responsabilidade Universal e Cultura de Paz. Descobrimos que temos o poder de dizermos para onde vamos andar através da motivação. Mesmo que seja uma ação pela não-ação, nós vamos ter uma ação, e vamos andar, porque o que criamos, na verdade, é uma “catraca”.
Se vocês olharem um catavento, verão que, de acordo com o vento, ele gira sempre na mesma direção, não importa de onde vem o vento. Ele está lá, e girará sempre na mesma direção, porque ele criou uma configuração positiva, e nós vamos fazer o mesmo. Somos cataventos luminosos, giramos sempre numa posição positiva. Se pensarmos mais sobre o catavento, veremos que ele não tem energia, no sentido de ele gerar o seu próprio movimento. Ele está lá e opera de acordo com o movimento cármico, e está sempre girando. Ele produz coisas incessantemente, mas não podemos dizer que ele está fazendo esforços, ele tem uma habilidade de se colocar, e aquilo gira.
Nós escolheremos um catavento que gira na direção positiva, então produziremos coisas positivas. Nós descobrimos que podemos escolher isto, podemos nos posicionar, e, então tudo anda sem esforço. Seguimos em direção ao nosso equilibrar-se. Nós vamos construir agora a autonomia do nosso próprio corpo.
Faz parte do nosso estudo, caracterizarmos o samsara como uma espécie de software que necessita, que tem avidez, que captura a energia das coisas para poder fazer força por aqui ou por ali. Descobrimos este fato, mas agora, a partir desta presença sem esforço, nós vemos que há uma natural energia ali dentro e com esta habilidade do catavento vemos que esta energia se potencializa, ou seja, o universo todo gira junto e podemos então, produzir um direcionamento positivo mais claro.

O equilíbrio da energia

Se nós temos esta energia agora, vamos dirigi-la para onde? Ela é uma energia que não foi roubada nem capturada, ela vem naturalmente. Fazemos ela se dirigir para onde? Nós começamos equilibrando o nosso próprio corpo.
Não vou alongar esta descrição aqui por causa de nosso tempo. Estou falando de itens, mas este item se referiria ao seguinte: descobrimos que a energia em nosso corpo, de modo geral, está associada a comer arroz, feijão, etc. No entanto, posso ter comido o mesmo arroz e o mesmo feijão e estar deprimido. Ou, com o mesmo arroz e feijão a energia surge. Assim, vemos que há um aspecto sutil nisso. Este aspecto sutil nós podemos direcionar, isto é chamado lung.
Com esse aspecto sutil, direciono e equilibro os cinco elementos. Na medicina tibetana a morte se dá quando os lungs dos cinco elementos entram em colapso. Aqui nós vamos fazer o lung retornar. Então, equilibramos o elemento terra, o elemento água, o elemento fogo, o elemento ar e o elemento éter. Um por um nós olhamos e eles se arrumam.
Numa direção sutil, isto representa o seguinte: por exemplo, há eventos que acontecem diante de nós, ou pessoas que chegam, e nós caímos energeticamente; há outras pessoas que chegam e nós ascendemos. Então, as pessoas estão manobrando o nosso lung, de acordo com as configurações, nós afundamos ou subimos. Porém, se nós formos até este ponto de andar devagar, remover obstáculos, ser capazes de andar nos vários lugares sem flutuar e gerar esta estabilidade, então as pessoas entram ou saem, não será delas que vem esta gerência. Agora nós levamos isto ao nível do próprio corpo conscientemente.
Então, seja como for, a nossa fonte energética não estará na dependência de. Isto é uma grande diferença, uma enorme diferença, e não é cognitivo, é algo efetivo. Se nós tivermos esta habilidade podemos andar em lugares que nunca andaríamos, ou seja, nós atravessamos paredes cármicas que não teríamos capacidade de ultrapassar.
Nós precisamos disto, nossos filhos precisam disto. Se eles não têm isto vamos olhar para os meninos de qualquer idade e eles, simplesmente, estarão apertados em meio a estreitas possibilidades que vêm dessas configurações energéticas e cognitivas. Eles não podem isto, não podem aquilo. Por exemplo, eles não conseguem ir à escola se o tênis não for de um certo tipo; se os colegas riram não sei bem do quê, eles estão impossibilitados de se manifestar durante uma semana em tal lugar. Nós somos assim também com outras coisas. Mas eles também têm isto. Situação muito difícil, mas como vamos ajudá-los? É muito difícil, mas se eles alcançarem este “descomplicar-se” através desta manifestação, eles sairão lá na frente, não tem nem graça, pois não haverá obstáculo nenhum.
Estes obstáculos são todos do nível sutil e de ignorância. Para nós é a mesma coisa, temos esta experiência de presença e depois nós equilibramos os cinco elementos. Então, teremos uma autonomia ao nível do tônus, ao nível da flexibilidade, ao nível da energia, ao nível da expansão do movimento, do contato com este universo, ao nível energético propriamente dito, e ao nível elétrico da relação com as coisas.
O tônus de nosso corpo é manobrado pelas circunstâncias. Equilibrando os elementos ganharemos uma autonomia e ele deixará de ser manobrado. No desequilíbrio dos elementos, por exemplo, comprometemos nossa flexibilidade (elemento água). Ou seja, às vezes, quando reforçamos o tônus (elemento terra) caminhamos como soldados, perdemos o elemento água. Neste caso, com a energia autônoma, ganharemos tônus sem perder a flexibilidade. Agora, pode ser que consigamos o tônus, a flexibilidade, mas nós esfriamos (elemento fogo em desequilíbrio). Estamos tensos ao nível mais sutil. Se o equilibrarmos, geraremos mais calor no corpo. Pode ser que tenhamos isso, mas não estejamos conseguindo expandir, ou seja, nos apresentar no universo (desequilíbrio do elemento ar). Então, respiraremos, ampliaremos e trocaremos para o equilíbrio.
Mas pode ser que estejamos ainda presos ao nível emocional nas várias ligações elétricas. Também superaremos isto que corresponde ao aspecto de vacuidade (elemento éter), e nosso corpo se movimentará de forma melhor.
De uma forma simbólica, dizemos que estabilizamos o lung, ou seja, a energia sutil. Primeiro do elemento terra, depois do elemento água, depois do elemento fogo, do elemento ar e do elemento éter.”

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